Nunca estudei o assunto mas sou filha única desde sempre e aprendi algumas coisas à duras penas. Tenho alguns amigos que também são filhos únicos e percebi que algumas características são mesmo "só nossas".
Uma delas é a questão de vez ou outra querer ficar sozinho, em silêncio, de preferência no seu quarto. Sem interrupções. Sem ninguém buzinando na sua orelha o que fazer ou não fazer. Com suas coisas, seus pensamentos, sua nostalgia, enfim...Também percebi que temos dificuldade de falar de nossos problemas e que demoramos a confiar nas pessoas. Porém quando confiamos, nos entregamos...Estranho né? Talvez nem todos sejam assim. Talvez só eu.
Outro fato é que filho único tem fama de mimado. Em todas as reuniões de escola alguém solta: _Ah! Mas Fulano é filho único, por isso é assim!
E aí vem um coral de vozes concordando. Outro dia eu (como sempre) me manifestei contra essa "discriminção generalizada" e ouvi da minha patroa que eu sou uma exceção. Uma exceção à regra.
Lembro-me uma vez que uma prima veio passar uns dias aqui em casa. Ela era mais nova do que eu e fez a festa no meu guarda-roupa. Pegou calças, blusas e acessórios. Fiquei uma fera!!!! Só a idéia de que alguém "invadiu" meu quarto e mexeu nas minhas coisas sem permissão me consumia...
Hoje as coisas são diferentes. O espaço físico não me importa.Eu adoro emprestar minhas coisas. Fico feliz em ver que as pessoas ficam bem com o que tenho. Tenho o maior prazer de receber pessoas, dormir com minhas amigas pra papear até tarde, e estar entre amigos. Mas isso tudo não me impede de surtar de vez em quando e querer ficar em casa, quando todos estão num churrasco ou assistindo filme na casa de alguém. Tenho uma amiga que me "irrita" quando tenta me convencer a sair. Coitada! Às vezes ela consegue. E é bom quando isso acontece. Outras eu ganho a partida e fico em casa curtindo solidão...
O espaço que ainda mantenho longe dos outros é o emocional. Esse é difícil alguém invadir. Parece que quero fazer tudo sozinha... Quero mandar e desmandar, quero me apaixonar e desapaixonar, quero confiar e desconfiar... Tudo "Alone"... Sozinha... E isso me causa sérios problemas. Pensam que sou auto-suficiente, inflexível, mandona, etc. Assusto algumas pessoas. A verdade poucos sabem...
Conversando com uma amiga, agora à pouco, vi que ela também tem esse problema, (isso me acalmou bastante)... O que confidenciamos é que somos manteigas derretidas, choramos por tudo e nada... somos sensíveis ao extremo e nos magoamos com facilidade.
Solução para sobrevivência? Dar uma de mulher maravilha... Mais "mulher" que "Maraviha"...
Não que seja bom, mas até acharmos um jeito melhor de resolver essa questão.
Por que é tão difícil às vezes conviver com a gente?? Talvez porque sejamos, literalmente, únicos!!!!
Uma delas é a questão de vez ou outra querer ficar sozinho, em silêncio, de preferência no seu quarto. Sem interrupções. Sem ninguém buzinando na sua orelha o que fazer ou não fazer. Com suas coisas, seus pensamentos, sua nostalgia, enfim...Também percebi que temos dificuldade de falar de nossos problemas e que demoramos a confiar nas pessoas. Porém quando confiamos, nos entregamos...Estranho né? Talvez nem todos sejam assim. Talvez só eu.
Outro fato é que filho único tem fama de mimado. Em todas as reuniões de escola alguém solta: _Ah! Mas Fulano é filho único, por isso é assim!
E aí vem um coral de vozes concordando. Outro dia eu (como sempre) me manifestei contra essa "discriminção generalizada" e ouvi da minha patroa que eu sou uma exceção. Uma exceção à regra.
Lembro-me uma vez que uma prima veio passar uns dias aqui em casa. Ela era mais nova do que eu e fez a festa no meu guarda-roupa. Pegou calças, blusas e acessórios. Fiquei uma fera!!!! Só a idéia de que alguém "invadiu" meu quarto e mexeu nas minhas coisas sem permissão me consumia...
Hoje as coisas são diferentes. O espaço físico não me importa.Eu adoro emprestar minhas coisas. Fico feliz em ver que as pessoas ficam bem com o que tenho. Tenho o maior prazer de receber pessoas, dormir com minhas amigas pra papear até tarde, e estar entre amigos. Mas isso tudo não me impede de surtar de vez em quando e querer ficar em casa, quando todos estão num churrasco ou assistindo filme na casa de alguém. Tenho uma amiga que me "irrita" quando tenta me convencer a sair. Coitada! Às vezes ela consegue. E é bom quando isso acontece. Outras eu ganho a partida e fico em casa curtindo solidão...
O espaço que ainda mantenho longe dos outros é o emocional. Esse é difícil alguém invadir. Parece que quero fazer tudo sozinha... Quero mandar e desmandar, quero me apaixonar e desapaixonar, quero confiar e desconfiar... Tudo "Alone"... Sozinha... E isso me causa sérios problemas. Pensam que sou auto-suficiente, inflexível, mandona, etc. Assusto algumas pessoas. A verdade poucos sabem...
Conversando com uma amiga, agora à pouco, vi que ela também tem esse problema, (isso me acalmou bastante)... O que confidenciamos é que somos manteigas derretidas, choramos por tudo e nada... somos sensíveis ao extremo e nos magoamos com facilidade.
Solução para sobrevivência? Dar uma de mulher maravilha... Mais "mulher" que "Maraviha"...
Não que seja bom, mas até acharmos um jeito melhor de resolver essa questão.
Por que é tão difícil às vezes conviver com a gente?? Talvez porque sejamos, literalmente, únicos!!!!
Escrito por mim em 03/07/2007 em outro espaço...
Em especial homenagem à amigos (filhos) únicos
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