segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Nem Sim, Nem Não!

Já faz tempo, mas você ainda invade meus pensamentos.
Assim, sem pedir licença, entra e toma conta da situação, pára a avenida, o semafáro e quem mais estiver à espreita.
Passeia, desfila, senta e se acomoda. Parece não querer sair. Não paga por hora. Não tem pressa.
Seu cheiro povo o ar.
Aquele perfume nº 12 em forma de charuto cubano...
Seu sorriso está bonito, você está mais magro ( eu lembro o quanto lutava para isso), suas roupas estão mais modernas e seu semblante mais leve. Isso me diz que você está bem, (aliás quem me ensinou linguagem corporal foi você lembra? Lá na praça de alimentação do shopping).
Pois é, você me parece bem, feliz.
Você seguiu com a vida.
Mas você também mantém alguns costumes. Continua gostando de mechas vermelhas, de morenas com aparelho e claro das magras! Nessa última eu fui a excessão.
Gostaria de saber se agora você paga a conta do restaurante? Simples curiosidade.
Você ainda ouve aquele nostálgico "Vento no Litoral"?
Ai, são tantas perguntas, e nem sei se quero a resposta de todas.
Creio que não me serviriam pra nada a não ser alimentar uma saudade sem mais fundamento, mexer numa ferida já cicatrizada.
A verdade é que, para as respostas que quero não tenho coragem de fazer as perguntas. Porque eu sei que elas simplesmente não têm resposta. Simples assim.
Não é nem Não nem Sim, simplesmente é o silêncio, aquele maldito silêncio do dia em que pus o ponto final.
O mesmo silêncio dos telefonemas seguintes ou dos encontros no msn.
Para minhas perguntas não há respostas.
Então melhor calá-las.
Trancá-las.
Sufocá-las até que não lhes restem um único resquício de ar que as faça sobreviver.
Melhor é não mais entrar no seu orkut, não mais olhar suas fotos, jogar os cds fora e não ouvir mais Vento no Litoral.
Melhor é apagar a memória, fazer um transplante de coração, uma lavagem cerebral.
Melhor é raspar a pele para tirar seu cheiro. Pintar o cabelo de azul, apagar seu nome das listas telefônicas e seu telefone do meu celular.
Apagar certas datas do calendário e tirar certos filmes da estante.
Melhor é fazer como a águia. Se fechar num lugar deserto, deixar as unhas, o pêlo e o bico crescerem; então arrancar o pêlo e quebrar as unhas com o bico. Depois num ato de desespero se jogar contra a rocha mais alta e deixar o bico em pedaços.
Em seguida voltar ao lugar deserto e deixar as feridas serem tratadas, as unhas crescerem novas, o pêlo viçoso, o bico impecável.
Depois de curada, abrir as asas e sair num grande e sublime vôo.
Nova, renascida, pronta para recomeçar.
Não é mais fácil, mas com certeza o mais sensato.
Melhor é viver.
É isso que você está fazendo não é?

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