É verdade, carência pega e pega de jeito.

E eu não estou falando da carência física não - não agora - estou falando de necessidades que temos, coisas que precisamos e, como demoram a acontecer, tornam-se carências em nós.

Buracos vazios onde nossa voz e nosso choro ecoam, voltando a nós o que acabamos de lançar para fora.

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Carência é um perigo. Carentes perdemos a noção de juízo, de bem e mal, de certo e errado. Caímos na primeira tentação, no primeiro convite, no primeiro gole que leva à recaída.

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Carência é uma armadilha. Muitas vezes estamos esperando algo há tanto tempo, trabalhamos nossa mente e nosso coração. Lutamos por aquilo com unhas e dentes, contamos os dias e as horas, sonhamos acordados... Porém o tempo vai passando e nada acontece. A resposta não vem, a solução não aparece, a saída não é visível. Então é nessa horas que olhamos para trás.

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Como a mulher de Ló, caímos na tentação de olhar para trás. Como o povo de Israel, reclamamos como a vida era melhor no Egito. Como Moisés, perdemos a paciência e ferimos a rocha. Em um instante perdemos toda a nossa colheita. Como um incêndio nossa atitude queima todo o momento de espera que já tivemos. Trocamos a benção por um prato de lentilha.

Acontece que olhar para trás engessa...

Ferir a rocha nos impede de pisar a terra prometida...

Um prato acaba em segundos...

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Pense nisso: a resposta estava ali, diante de todos eles, e por um momento de carência, de falta, eles tomaram atitudes precipitadas e pagaram um preço caríssimo por isso.

Pode ser a falta de peciência, de força, de fé... Não importa, seja o que for ela nos pega de jeito.

Carência é um deserto, concordo. E andar num deserto não tem nada de aconchegante. Mas é no deserto que somos tratados, moldados, formados, preparados... É no deserto que aprendemos a enfrentar o calor e o frio, as tempestades de areia, as ilusões ótica.

A carência é a oportunidade de conhecermos um Deus supridor, um Deus pastor que não deixa nada nos faltar. Um Deus presente, amigo, pai. Um Deus cumpridor de promessas.

Sim, a carência será suprida, quando nossa graduação no deserto tiver sido concluída.

Dan

Na fidelidade de Deus