De quem é a culpa?

Doar-se, entregar-se, dar-se à alguém sem reservas, medos e inseguranças.

Tem coisa melhor?

No momento da entrega não, não mesmo. Você assume os riscos, ignora os alarmes, passa por cima dos contras e abraça os prós.

A questão é que, mesmo que essa atitude não inclua um "depois" no pacote, uma "reciprocidade" ainda assim, no nosso subconsciente há uma esperança de retorno, de resgate, de colher aquilo que se plantou.

Mas nem sempre é assim. E quando não é as coisas começam a ficar complicadas. Há um desgaste e sempre começa-se a procurar um culpado.

O que eu fiz de errado? É o que costuma-se pensar. Aonde eu errei? O que deixei de fazer? Que parte de mim não deixei claro?

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Não. Não foi você, nem o que você fez ou deixou de fazer... Aliás nada do que você fizesse adiantaria ou mudaria o fato.

Que fato?

Fato que algumas pessoas nasceram para receber apenas e não para dar.

Não se doam, não se dão e muito menos se entregam. Nem vamos citar os adjetivos: medo, reservas ou insegurança, porque essas pessoas já tem isso incorporado nelas. São medrosos por natureza, inseguros e mais repletos de reservas que restaurante francês em dia dos namorados.

Pessoas assim não se arriscam, não pulam de olhos fechados, não apostam no invisível e portanto são incapazes de corresponder a um sentimento.

Estragam pessoas e relacionamentos. Marcam vidas e destroem sonhos.

Atraem outro até que este se veja preso em sua teia para depois visualizar a próxima vítima, enquanto a primeira permanece ali, morrendo aos poucos...

São egoístas, possessivos e antisociais. Egocêntricos e incapazes de assumir responsabilidades sentimentais.

Não foi sua culpa. Acredite!

Um dia cedo ou tarde você entende isso.

E eu sei que não adianta alguém te dizer, não... Você tem que entender na pele, tem que ver outra pessoa passando aquilo para então ver que a teia não foi feita só pra você, mas que você foi mais uma vítima, que apareceu no dia errado, no lugar errado e gostou do sorriso errado.

Talvez você, como eu, só vá aceitar essa fato anos depois... Num simples café com uma amiga, como foi o meu, hoje.

Dan - 2.8

Vivendo revelações