
Algumas pessoas constroem muralhas ao redor de si sem ao menos notar o que estão fazendo. Algumas se afastam do mundo ao redor e quando interagem com ele o fazem de forma sutil, sem correrem riscos. Outras notam, mas não sabem como contornar a situação, já se acostumaram a ser assim, a se sentir assim, fechadas, preservadas, protegidas.
Aos olhos dos outros pessoas assim são metidas, egoístas, antipáticas, sérias. O olhar alheio não se permite uma análise maior, mais profunda, mais contextualizada. Tomam a primeira impressão, que como dizem, é a que fica. A verdade é que todos nós no decorrer da vida construímos muralhas, as próprias circunstâncias nos levam a isso. Os tombos, choros, decepções, traições e às vezes a própria genética trazem sobre nós a necessidade de preservação. É o instinto de sobrevivência.
Lembro-me de ter lido ou assistido uma das muitas versões do conto de fadas Bela Adormecida em que o castelo em que ela dormia seu sono profundo foi cercado de muralhas cobertas por espinheiros, além de ter do lado de fora um enorme dragão.
Acho que muitas vezes nós, além de construirmos muralhas ao nosso redor, ainda plantamos espinheiros e colocamos um dragão de guarda para afastar os intrusos. Isso os afasta sim, mas afasta também aqueles que querem nos salvar.
Isso lembra a famosa Rapunzel, "jogue suas tranças Rapunzeeellll!!!" Ela facilitou a subida do grande herói.
Se você, como eu, já construiu muralhas ao seu redor e não sabe como desfazer isso, ao invés de também plantar espinheiros, troque-os por uma escada, ou jogue suas tranças. Dê um jeito, facilite a vida de quem está por perto, quem está apenas querendo uma chance de entrar na sua vida e torná-la mais leve, mais alegre, mais completa.
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