Distância

Distanciar-se de alguém é bem diferente de ser distanciado de alguém. Seria a tal de voz passiva e ativa?? Não lembro das aulas de gramática tanto quanto as de história mas, de qualquer forma, a distância tanto uma como a outra são tanto necessárias quanto doloridas. Necessárias muitas vezes na vida.

Necessárias quando algo machuca, quando sufoca, quando prende e corrói. Quando tira as forças, suga o ânimo, mata os sonhos. Daí queremos distância. Distância daquilo que tanto faz mal.

Ser distanciado é o mesmo mas visto do outro lado. É quando alguém ou algo de afasta de nós, é tirado de perto de nós. Às vezes esse algo vem de dentro mesmo como um outro ser, um outro alguém. Às vezes nosso próprio "eu" toma proporções de uma segunda personalidade que, na ânsia de nos defender, nos distancia de alguém, de algo.

Mas o que eu não entendo é como, por mais que saibamos da distância e sua necessidade, menos a aceitamos. Entende?

Não aceitamos a distância. Na verdade ela nos faz mal, ela nos afoga, nos atormenta. É como uma crise de abstinência, na medida em que o objeto de desejo é para nós como uma droga: viciante e prejudicial. Maléfica e necessária.

Hoje eu falei com uma pessoa que por "N" questões me foi distanciada. Uma pessoa querida demais, amada demais. Uma pessoa que eu acolheria a vida inteira, daria uns tapas de vez em quando e surtaria todas as manhãs (porque ela é devagar demais) e isso me irrita.

Alguém que faz aniversário amanhã: 20 anos. E eu achando que era 18 ainda.

Alguém que vi crescer, amadurecer, chorar por amor; contrariar à todos e tentar ser feliz mesmo com o mundo lhe dizendo Não.

Alguém que eu amo desde o 1º dia em que a vi, tão pequeninha que cabia no meu colo e me sobrava braços (hoje ela é maior do que eu).

Alguém que está distante no espaço, nas festas, na família, mas jamais do coração. Na alma.

Te amo! Parabéns adiantado!

Quem inventou a distância?